Graziella Valenti
Reajuste de dívidas e aplicações ao câmbio atual deve representar despesas significativas para as empresas
Com o fechamento, hoje, do balanço do terceiro trimestre, companhias terão de ajustar dívidas e aplicações financeiras em moeda estrangeira ao câmbio da crise. E a correção não deve ser pequena. O dólar subiu 23% de junho a setembro, a maior alta trimestral desde 2002. Só ontem, aumentou 5,4% e fechou a R$ 1,966.
Em junho, a dívida líquida das companhias abertas brasileiras, excluindo Petrobras e Vale, estava em R$ 40,7 bilhões. Esse valor já refletia um aumento de 11% frente a março. A expectativa é que haja um novo crescimento, como correção da parcela da dívida indexada em moeda estrangeira. Com isso, a despesa financeira das companhias provavelmente ficará mais salgada, comparada à perda de R$ 650 milhões do segundo trimestre - a menor em 12 meses.
Dólar em alta pega empresas no contrapé
Seria difícil escolher um dia pior para fechar o balanço do terceiro trimestre. As companhias terão que ajustar dívidas e aplicações financeiras em moeda estrangeira ao câmbio da crise. E a correção não deve ser pequena.
O dólar teve alta de 23% de junho a setembro, a maior valorização trimestral desde 2002. Somente ontem, dia em que o legislativo americano negou o pacote emergencial para socorrer o sistema financeiro americano (e global), a moeda teve alta de 5,4% e fechou bem perto dos R$ 2,00. Salto assim num só dia não se via desde a maxidesvalorização do real, em 1999.
Em junho, a dívida líquida das companhias abertas brasileiras, excluindo as gigantes Petrobras e Vale do Rio Doce, estava em R$ 40,7 bilhões. Esse valor já refletia um aumento de 11,2% frente a março. A expectativa é que haja, agora, um novo crescimento desse valor, fruto da correção da parcela da dívida das empresas que estiver indexada em moeda estrangeira. A despesa financeira das companhias, com isso, ficará provavelmente mais salgada, comparada a perda de R$ 650 milhões do segundo trimestre- que havia sido a menor em 12 meses.
"Haverá um efeito contábil significativo", acredita Lika Takahashi, chefe de análise da Fator Corretora. O efeito é escritural e não de saída de caixa, pois deve-se ao ajuste de conversão do valor correspondente da dívida em dólar para reais. Porém, somente há impacto no caixa na hora do vencimento da dívida.
O problema que se comenta no mercado é que as companhias estavam menos preocupadas com a questão do dólar e pelo menos uma parte dos vencimentos em moeda estrangeira pode estar sem proteção - ou seja, ao sabor das oscilações de mercado.
Prova do quão tranqüila as empresas estavam em relação ao comportamento do câmbio foram as apostas na baixa da moeda realizadas por Sadia e Aracruz, com caráter especulativo, e que levaram as companhias a perdas significativas.
Quem não tentou ganhar com apostas em derivativos, mas também não se protegeu, amargará efeitos negativos no balanço - ainda que não signifiquem saída de recursos.
Algumas das companhias que divulgaram nota para acalmar os investidores - negando exposição a derivativos "exóticos" - já anteciparam os efeitos negativos sobre as dívidas expostas ao câmbio. A Perdigão, por exemplo, pode sofrer um ajuste de R$ 140 milhões a R$ 150 milhões. Já o frigorífico Marfrig deve apresentar impacto negativo de R$ 200 milhões.
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