Em um ano de crise do subprime, as empresas brasileiras já estão sentindo no bolso os custos das turbulências no sistema financeiro. Cálculos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostram que até as grandes empresas pagam hoje 15% mais caro para captar recursos no setor bancário. Mas, ao contrário do que tradicionalmente acontece em épocas de crise, as companhias não engavetaram seus investimentos em expansão. Pelo contrário, setores como o de siderurgia e o de mineração já anunciaram cifras recordes, que variam entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões. Isso sem falar na Petrobras, que sozinha deve investir, no mínimo, US$ 112 bilhões até 2012.
Até o final de 2007, quando a crise começou a tomar corpo, o mercado para captações no exterior era muito favorável às empresas brasileiras, especialmente pela perspectiva de o Brasil conquistar o tão esperado selo de economia investment grade, o que veio a se confirmar em abril deste ano. A janela para lançamento de bonds (títulos) no exterior permitiu que as companhias reforçassem seu caixa, com taxas de juros mais baixas e prazos maiores.
O mercado de capitais foi outra alternativa. Com o fim da festa das ofertas de ações (IPOs) e com a maior dificuldade em captar no exterior, as empresas têm batido com mais intensidade na porta do BNDES e têm também recorrido mais a empréstimos bancários, apesar de essa ser uma modalidade de financiamento mais cara. O balanço financeiro dos grandes bancos no primeiro semestre aponta um incremento de cerca de 30% no volume de crédito a empresas.
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