As negociações salariais melhoraram nos últimos anos, mas ainda não foram suficientes para recuperar a renda média dos trabalhadores registrada em 2002. A avaliação foi feita na quinta-feira (4) pelo economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos do Rio de Janeiro, Jardel Leal.
O supervisor do Dieese no estado, Paulo Jager, acrescentou que, para que o trabalhador tenha um ganho real, é importante não irromper o crescimento da economia. "Aumento de juros e arrocho da política monetária são muito ruins", disse.
Melhoras no segundo semestre
Segundo Jager, a redução do desemprego no país ainda é localizada e não se pode dizer que contribuiu para aumentar o poder de barganha dos trabalhadores nas negociações por reajustes salariais, no primeiro semestre.
Segundo a Agência Brasil, Jager acredita que o patamar das negociações deve melhorar no segundo semestre, quando ocorre o novo período de acordos salariais. Isso deve acontecer "porque os resultados das empresas, generalizadamente, são muito bons", explica.
Contrastes
De acordo com o estudo do Dieese, ainda há regiões metropolitanas que apresentam patamar elevado de desemprego, chegando a até 15%. "É muito alto. Ainda tem muita pressão sobre a oferta de trabalho. Isso faz com que o nosso mercado de trabalho precise de um crescimento de 4% a 5% para a gente começar a sentir uma diferença generalizada". Entretanto, de acordo com Jager, fala pessoal em algumas categorias.
A avaliação em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma das riquezas produzidas no país, mostra que os ganhos reais obtidos pelos trabalhadores, nas negociações por reajustes de salários, estão bem abaixo do crescimento da economia. "O PIB está crescendo na faixa de 4,5% a 5% e os ganhos reais estão na faixa de 1%. Eles não estão andando na mesma velocidade", afirmou.
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