Apesar da atual crise financeira, os Estados Unidos são o país mais competitivo do mundo, segundo o relatório anual do Fórum Econômico Mundial (FEM), enquanto o Brasil subiu oito posições, passando do 72º ao 64º lugar.
O relatório diz que a economia americana é capaz de suportar as mudanças no ciclo econômico e os episódios de choque.
Isso graças a "características estruturais que a tornam extremamente produtiva", sustenta o documento publicado hoje em Genebra.
O documento acrescenta que "apesar das preocupações por suas fragilidades macroeconômicas, especialmente no setor bancário, outros aspectos seguem fazendo dos EUA muito produtivo".
O documento destaca a capacidade americana de inovação, embora reconheça que esse país gerou importantes desequilíbrios macroeconômicos por repetidas situaçõesa de déficit fiscal, que lhe levaram a grandes níveis de endividamento público.
Na lista de competitividade elaborada pelo FEM, a Suíça ocupa o segundo lugar, seguida por Suécia, Finlândia, Cingapura, Alemanha, Holanda, Japão e Canadá.
Para o professor Xavier Sala-i-Martin, co-autor do estudo, a volatilidade financeira atual "ressalta que um ambiente econômico propício à competitividade pode ajudar as economias nacionais a combater este tipo de choque".
O relatório do FEM é elaborado a partir de dados públicos mais uma pesquisa de opinião entre 12 mil executivos e empresários em 134 países que integram a lista de competitividade.
Entre os fatores, figuram a situação das instituições, infra-estruturas, estabilidade macroeconômica, saúde, educação, eficiência do mercado de trabalho e inovação, entre outros.
Entre as nações emergentes, destaca-se a China, no 30º lugar, enquanto a Índia aparece em 50º, a Rússia em 51º e o Brasil em 64º.
A subida de oito lugares do Brasil em relação ao ranking de 2007, tirou "parcialmente a diferença de competitividade com relação ao México", que está em 60º.
Entre as vantagens que atribuidas ao Brasil encontram-se "o tamanho de seu mercado, o acesso a um dos mercados financeiros mais sofisticados da região e sua capacidade de absorver e adaptar tecnologia estrangeira".
Como desafios que deve enfrentar, o FEM menciona o alto nível da dívida brasileira, o que causa taxas de poupança e altos juros, além da desconfiança do meio empresarial nas instituições públicas.
Apesar dos avanços do Brasil, o Chile é o país latino-americano com melhor índice de competitividade, em 28º lugar, seguido de longe por Panamá (58º) e Costa Rica (59º).
O êxito do Chile -afirmam os analistas deve-se a uma "gestão macroeconômica coerente associada a liberalização do mercado e abertura do comércio".
Na contramão do Brasil, o México (60º) perdeu oito posições, tendo como principais problemas a fraqueza das instituições públicas, a violência crescente, a rigidez do mercado de trabalho e a baixa qualidade do sistema educacional.
Este último fator - explica o FEM - "não fornece à economia mão-de-obra qualificada, principalmente científica e de engenharia".
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