O Índice de Preços ao Consumidor Classe 1 (IPC-C1), que mede a inflação para os consumidores de menor renda familiar (até 2,5 salários mínimos), registrou deflação de 0,34% em agosto. A informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). Este é o menor resultado desde junho de 2006. A pesquisa foi realizada nas cidades do Rio, São Paulo, Salvador e Recife.
De acordo com a FGV, a queda nos preços dos alimentos entre julho e agosto foi a principal causa do recuo da taxa. O economista André Braz, coordenador da pesquisa, explicou que boa parte desses alimentos - como a farinha de trigo e o óleo de soja - é derivada de commodities internacionais que tiveram queda de preço. O arroz e o feijão, que são itens de peso na cesta básica, também apresentaram recuo importante.
Braz ressaltou que há a possibilidade desses recuos continuarem durante o mês de setembro, mas não certo que esse movimento será duradouro. "A oferta de alimentos no mundo ainda é pequena e há uma demanda crescente em todo o mundo, então essa equação não está completamente equilibrada. Estoques muito baixos com uma demanda aquecida podem favorecer o retorno de uma pressão dos alimentos sobre a inflação, incidindo especialmente sobre a população de baixa renda."
Os gastos com habitação registraram os maiores acréscimos nas taxas de variação em agosto (3,34% para 3,69%). A pesquisa mostra que esse aumento tem relação com a alta significativa nas taxas de água e de telefonia fixa (4,36% para 5,55%) no último mês, que são as taxas públicas que mais pesam no orçamento das famílias com renda entre 1 e 2,5 salários mínimos. Segundo Braz, esse aumento já era esperado e que não deve ocorrer nenhum movimento nos próximos 12 meses nas cidades onde houve a alta.
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